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Criado em 1927, o clube se instalou próximo ao Posto 6, nas redondezas da rua Barcelos (atual Francisco Sá). Promoveu muitos eventos esportivos, entre os quais alguns dedicados à natação e às corridas a pé. Além disso, deu grandes contribuições para outro esporte que até os dias de hoje tem a praia de Copacabana como um de seus templos: o voleibol. Foi um dos participantes dos campeonatos de futebol disputados na praia de Copacabana.
R. Francisco Sá - Copacabana Rio de Janeiro - RJ
Em 1878, no prédio localizado na esquina de Visconde do Uruguai com Rua do Imperador (hoje Marechal Deodoro), o mesmo que durante um tempo acolhera a Câmara Municipal, se instalou o Novo Skating-Rink, uma filial do estabelecimento que existia na Corte, dirigido pelo mesmo proprietário, Hermann Wilhelm Glette.
R. Visc. do Uruguai - Centro Niterói - RJ
O Niterói Moto Clube, criado na década de 1910, promovia mais raids – percursos de longa duração – do que páreos de velocidade. Algumas dessas iniciativas foram organizadas em conjunto com outros clubes de motociclismo do Rio de Janeiro e mesmo com o Iate Clube Brasileiro, já instalado na capital fluminense. Por vezes, o Rio Moto Clube também realizou seus eventos na Cidade Sorriso.
Gragoatá Niterói - RJ
Destaque mesmo merece o Clube de Ciclistas Fluminense, fundado em 1911. Tendo a primeira sede na Rua da Boa Vista, as corridas foram promovidas na Alameda São Boaventura. Seus eventos contavam com a presença de grande público e importantes personalidades, inclusive líderes políticos, entre os quais o prefeito Feliciano Sodré. As dificuldades de organização acabaram por ocasionar alguns acidentes, algo que exemplifica os conflitos que havia entre transeuntes e ciclistas. De toda forma, foi mesmo uma iniciativa mais ambiciosa, aventando-se até a construção de um velódromo e adoção de um código de corridas, ideias que não chegaram a se concretizar. O Clube de Ciclistas Fluminense também promoveu uma prova de resistência de corrida a pé, a primeira competição dessa natureza em Niterói, um percurso de 20 quilômetros pelas ruas da cidade – Alameda São Boaventura, Rua de Sant´anna, Rua de São Lourenço, Rua Marechal Deodoro, Rua Visconde do Rio Branco, Praia do Gragoatá, Rua Passo da Pátria, Rua Presidente Domiciano, Rua Presidente Pedreira, Rua Aurea, Praia das Flechas, Praia de Icarai, Praia do Canto do Rio – percurso de ida e volta. Tratou-se de uma grande celebração urbana que exigiu complexa logística.
Fonseca Niterói - RJ
O Clube Esportivo Fluminense, criado em 1907, logrou maior sucesso nos seus páreos promovidos no Jardim Pinto Lima.
Centro Niterói - RJ
O Velo-Clube Carahy foi criado em 1897. Seus páreos iniciais foram promovidos na Rua Vera Cruz, atual Rua Coronel Moreira César. Posteriormente, instalou sede na Rua do Gragoatá, até seu fim em 1899. Por ali, partilhou iniciativas e associados com o Grupo de Regatas Gragoatá. Lideraram a iniciativa, alguns jovens já envolvidos com outras modalidades, entre os quais o notório Arnaldo Voigt. Muito elogiada pelos cronistas, a agremiação também tomou parte e organizou provas no velódromo do Velo-Sport, localizado na Rua do Lavradio, Rio de Janeiro. Como não havia em Niterói instalação semelhante, era uma oportunidade que tinham os ciclistas niteroienses para aperfeiçoar suas performances.
Rua Coronel Moreira César - Icaraí Niterói - RJ
Em 1896, foi criado o Clube Recreativo Fluminense – cujo intuito era promover corridas de bicicleta, de patins e a pé.
A propósito, na primeira metade dos anos 1900, outra agremiação majoritariamente formada por membros da colônia de estrangeiros promoveu páreos de corridas, integradas – junto com concertos musicais, danças, concursos de tiro ao alvo – à programação de certas festividades: o Club Internacional.
São Domingos Niterói - RJ
O atual Rio Cricket e Associação Atlética foi fundado, em 1897, com o nome de Rio Cricket and Athletic Association. Os associados eram membros da colônia britânica de Niterói e do Rio de Janeiro há décadas envolvidos com o críquete e atletismo. A sede da agremiação, instalada entre Santa Rosa e Icaraí, tornou-se um dos principais e mais ativos espaços esportivos de Niterói. São inegáveis suas contribuições para a consolidação do esporte. Todavia, tinha limites o impacto de suas iniciativas em função da sua conformação societária e de uma dinâmica mais restrita. Uma das ocorrências interessantes, inclusive, é o fato de que se algumas das suas atividades chegavam aos jornais de maior circulação, outras eram mesmo anunciadas somente ou com maior ênfase nos periódicos específicos da colônia britânica, publicados em inglês, tais como o The Rio News e o The Brazilian Review. Se o atletismo tinha espaço constante na programação do Rio Cricket – havia um festival anual dedicado à modalidade –, o fato é que a agremiação já nasceu com fins multiesportivos, intuito expresso mesmo na organização de sua sede, preparada para acolher jogos e provas das mais diferentes práticas. Há que se destacar seu pioneirismo não só no […]
R. Fagundes Varela, 637 - Ingá, Niterói - RJ, 24210-520
O Clube Infantil de Corridas Encarnado funcionou no ano de 1908.
Em 1908, na Rua de São Leopoldo, atual Aurelino Leal, surgiu o Clube de Corridas Fluminense.
R. Aurelino Leal - Centro Niterói - RJ
É de 1905 o Clube Atlético Infantil, liderado pelo jornalista Julio Tibau.
Centro, Niterói - RJ
O Jaspe-Club se instalou, em 1905, em Santa Rosa, dedicando-se às corridas, mas também a saraus e exibições musicais.
Santa Rosa Niterói - RJ
Em 1912, foi fundado o Clube Atlético São Bento, liderado por Ernesto Justino Pereira, fundador e presidente do Centro Operário.
Em Niterói, na primeira década do século XX, houve outras iniciativas dedicadas às corridas e saltos, todas de curta duração. Uma das mais notáveis foi a retomada do Clube Atlético Fluminense, dessa vez protagonizado por operários da Companhia Manufatora Fluminense. A sede se localizava na Rua Guimarães Júnior, Barreto. Essa agremiação marca o início de um longo envolvimento das fábricas do bairro com o esporte, algo que ficará mais notável no caso do futebol, como veremos no próximo capítulo. A iniciativa foi muito elogiada pela imprensa, considerada como prova de que as preocupações com a saúde e a adesão a movimentos civilizatórios atingia maior número de pessoas, inclusive grupos sociais que não a elite. Sugeria-se que as corridas teriam a possibilidade de envolver os operários em diversões familiares e não nocivas. A agremiação manteve-se ativa até 1906.
R. Guimarães Júnior - Barreto Niterói - RJ
Em 1901, abriu as portas o Velocidade-Club, com sede na Rua Marechal Deodoro.
R. Mal. Deodoro - Centro Niterói - RJ
O Clube de Corridas Sete de Setembro foi fundado em 1901, com sede em Santa Rosa, na Rua do Cruzeiro (atual Cinco de Julho).
R. Cinco de Julho Niterói - RJ
Em 1900, surgiu o Clube Atleta Santa Clara e São Joaquim, ligado à Igreja de Santa Clara, contando com a participação de operários da Fábrica de Tecidos São Joaquim, com sede na Rua de Santa Clara, Ponta D´Areia.
Ponta D´Areia – Niterói
Em 1898, nas dependências da Sociedade Musical e Dançante Recreio do Barreto, foi fundado o Clube Atlético Fluminense.
Barreto Niterói - RJ
Em 1896, surgiu o o Clube Olímpico Infantil, que promovia seus páreos de corridas e bicicletas, para meninos e meninas, no Largo do Capim, na ocasião chamado de Praça Santo Alexandre, futuramente Praça Floriano Peixoto.
Praça Floriano Peixoto (Largo do Capim) - Niterói
Criado em 1883, O Clube Olímpico Guanabarense desde o início teve uma sede adequada, com boa raia para as provas e arquibancada com capacidade para até 900 pessoas. Localizado na Rua de Santa Rosa, se encontrava nas redondezas de Icaraí, bairro que vinha se consolidando como local de entretenimentos e de iniciativas avançadas para a época. A agremiação contribuiria com essa dinâmica, chegando por um tempo a nomear o logradouro no qual se encontrava, tal o reconhecimento de sua importância. À frente da iniciativa se encontravam pessoas já envolvidas com as corridas do Clube Atlético Brasileiro e outras lideranças que começavam a se sentir atraídas pelo esporte, entre os quais podemos citar o médico e notório político Carlos Maximiano de Azevedo e Silva, bem como João Francisco Fróes da Cruz, um dos principais líderes políticos da cidade. Depois de alguns meses de funcionamento, o Clube Olímpico transformou-se em sociedade anônima. Foram oferecidas 400 ações de 25 mil réis, podendo também se associar, sem direitos econômicos, os que pagassem uma joia de 5 mil réis. Para todos, a mensalidade era de 2 mil réis. Assumiram a direção, entre outros, o comendador Luiz Augusto de Magalhães, Cyrillo Marques dos Santos Carregal – […]
R. Santa Rosa Niterói - RJ
Dinamizado pelos alunos do Liceu Popular (um dos mais importantes da capital fluminense, atual Liceu Nilo Peçanha), o Clube Atlético Juvenil funcionou entre 1886 e 1888, A iniciativa foi muito elogiada por alguns cronistas da cidade, como por Genesdio (O FLUMINENSE, 1885). A agremiação promoveu corridas na Rua do Visconde do Itaboraí, bem próximo ao Largo da Memória (atual Praça do Rink). Para mais informações, ver: MELO, Victor Andrade de. O espetáculo que educa o corpo: clubes atléticos na cidade de Niterói dos anos 1880. História da Educação, v. 23, 2019. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/asphe/article/view/85836/pdf
Rua do Visconde do Itaboraí, Niterói
Foi em 1881 que surgiram os primeiros indícios de fundação de uma agremiação dedicada à modalidade na cidade, Em julho, realizou-se a primeira atividade do Clube Atlético Brasileiro, evento promovido nas terras de Domingos Moutinho, localizadas no Largo do Barreto, na ocasião situado à beira da Praia dos Coqueiros. Na ocasião, o Barreto começava a passar por um processo de transição, deixando de ser somente caracterizado pela existência de propriedades rurais e tornando-se mais urbanizado, alterações que se intensificariam mais ao fim do século, quando foram instaladas diversas iniciativas industriais. Um dos principais responsáveis pela dinamização do Clube Atlético Brasileiro foi a família Tutte do Couto. Proprietários de terras no bairro, talvez por sua ascendência britânica, alguns de seus membros tiveram forte envolvimento com o esporte. Frederico, Alberto, Henrique e Julieta atuaram como dirigentes, organizadores de eventos e competidores nas provas. Outras importantes personalidades de Niterói ajudaram na dinamização e participaram ativamente das iniciativas do Clube Atlético Brasileiro, em geral, como usual, gente ligada à burguesia urbana da cidade. Entre os mais conhecidos, podemos citar os March, moradores do Barreto, filhos do médico Guilherme March -– o comerciante W. March, o tipógrafo Jorge March, os futuros médico e professor Adolfo […]
Praça Enéias de Castro
Em 1886, promoveu provas no Teatro Politeama, localizado na Rua do Lavradio, Centro.
R. do Lavradio - Centro Rio de Janeiro - RJ
Em 1886, promoveu provas nas mesmas instalações do Club Rink, localizada no bairro do Estácio.
Estácio Rio de Janeiro - RJ
Em 1884, promoveu provas de corridas a pé e jogos atléticos no bairro do Estácio.
Em 1887, promoveu provas de corridas a pé e jogos atléticos no bairro de Realengo.
Realengo Rio de Janeiro - RJ
Em 1885, promoveu provas de corridas a pé e jogos atléticos no bairro do Andaraí.
Andarai Rio de Janeiro - RJ
Em 1885, promoveu provas de corridas a pé e jogos atléticos no bairro da Tijuca, na Rua Haddock Lobo.
R. Haddock Lobo - Tijuca Rio de Janeiro - RJ
Em 1885, promoveu provas de corridas a pé e jogos atléticos no bairro do Engenho Novo.
Engenho Novo, Rio de Janeiro - RJ
Em 1885, promoveu provas de corridas a pé e jogos atléticos no bairro de Riachuelo.
Riachuelo, Rio de Janeiro
Em 1884, promoveu competições no bairro de Botafogo.
Botafogo
Sociedade de curta duração, em 1884 promoveu provas de corridas no Passeio Público.
Passeio Público
Agremiação que funcionou em 1885, promovia provas de natação e corridas no Passeio Público.
Fundado em 1882, foi uma sociedade de curta duração que também promoveu alguns eventos na sede do Rio Cricket Club.
R. Paissandu - Flamengo Rio de Janeiro - RJ
Criado em 1880, o British Amateur Athletic Sports foi um dos líderes do desenvolvimento das corridas a pé e jogos atléticos, em conjunto com o Rio Cricket Club, em cuja sede promovia os eventos. Foi um dos pioneiros a abrir a possibilidade de participação de brasileiros como corredores. Seus anúncios eram publicados em inglês e português.
Foi fundada em 1873, por um grupo de anglófonos ligados ao Rio Cricket Club, em cuja sede promovia suas provas. Muitos membros da colônia britânica tomaram parte como organizadores, corredores e público. A diplomacia do Reino Unido, Estados Unidos e França era presença constante. A família imperial também, sinal de prestígio para a agremiação.
R. Gen. Polidoro - Botafogo Rio de Janeiro - RJ
Fundado em 1872, na Rua Berquó (atual General Polidoro), em Botafogo, foi um dos mais duradouros clubes de críquete. Na década de 1870, acolheu provas do The British and American Club. Nos anos 1880, quando se encontrava numa nova sede, na esquina de Rua Guanabara (atual Pinheiro Machado) e Rua do Paissandu, acolheu eventos do British Amateur Athletic Sports e organizou seus eventos atléticos próprios. Essas duas agremiações foram as primeiras a permitir a participação de brasileiros como corredores nas competições.
Rua General Polidoro - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ
Primeira sede do Clube Ginástico Português se localizava na Travessa da Barreira (atual rua Silva Jardim), posteriormente mudando para rua do Hospício (atual Buenos Aires). O Clube Ginástico Português foi fundado em 1868, antes, portanto, da pioneira sociedade ginástica criada em Portugal, o Ginásio Clube Português (1875). De acordo com o sítio da agremiação, que permanece ativa até os dias de hoje, os primeiros estatutos teriam sido aprovados, pelo chefe de polícia da Corte, em 1869. Maiores informações ver Clube Ginástico Português e http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-101X2014000100242.
Rua Silva Jardim
Um dos estímulos para o desenvolvimento da de tiro, se deu com a criação do Tiro Nacional, instituição que deveria promover instruções de tiros para militares, prioritariamente, mas também para civis, que, a propósito, receberam vários estímulos para aprenderem a atirar. A ideia tinha relação com as necessidades internas das Forças Armadas, mas também se coadunava com os movimentos de modernização da sociedade brasileira. O Palácio Guanabara acolheu o núcleo pioneiro do Tiro Nacional.
R. Pinheiro Machado, 132 - Laranjeiras, Rio de Janeiro - RJ, 22231-090
O cricket na cidade esteve, via de regra, ligados a grupos britânicos. Contudo, houve uma curiosa exceção, o Clube Brasileiro de Cricket, que abriu a porta para muitos brasileiros, ainda que também contasse majoritariamente com ingleses. Essa agremiação acabou se institucionalizando melhor, praticamente se mesclando com o Rio Cricket, usando para seus jogos o ground da Rua Paissandu. Na verdade, com o decorrer do tempo, o Clube Brazileiro de Cricket acabou suplantando o Rio Cricket e ocupando em definitivo o espaço da Rua Paissandu, notadamente a partir de 1897, quando um grupo de associados egressos fundou, em Niterói, o Rio Cricket and Athletic Association, ainda hoje ativo (com o nome de Rio Cricket Associação Atlética). Em 1899, o Clube Brasileiro de Cricket/Rio Cricket transformou-se, em função do nome da rua, em Paissandu Cricket Clube, até hoje existente com o nome de Paissandu Atlético Clube, com sede na Lagoa Rodrigo de Freitas .
R. Pinheiro Machado - Laranjeiras, Rio de Janeiro - RJ
As pioneiras partidas de críquete da cidade foram disputadas ainda na primeira metade do século XIX, no bairro de São Cristóvão. Há poucas informações sobre essas primeiras ocasiões, ao contrário dos anos 1860, especialmente a partir de meados da década. Em 1865, um grupo de aficionados pediu autorização para organizar seus jogos no Campo de Santana. Durante alguns anos, a colônia de britânicos agitou muito o espaço, notadamente em função das iniciativas do British Cricket Club, logo renomeado para Rio British Cricket Club. Não era o único. Havia ainda o Artisan Amateur Club. Além disso, eram constantemente realizados jogos entre essas agremiações e equipes de navios ingleses que aportavam na Baía de Guanabara.
Caminho do Santana - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20061-011
Em 1899, o Clube Brasileiro de Cricket/Rio Cricket transformou-se, em função do nome da rua, em Paissandu Cricket Clube, até hoje existente com o nome de Paissandu Atlético Clube, com sede na Lagoa Rodrigo de Freitas. (ver Rio Cricket Clube e Rio Cricket and Athletic Association).
R. Paissandu, 389 - Flamengo, Rio de Janeiro - RJ, 22210-080
O Rio Cricket Club, fundado em 1872, se localizava a princípio no bairro de Botafogo. Depois ele se transferiu para o bairro de Laranjeiras, onde posteriormente se dividiu entre o Rio Cricket and Athletic Association, que se instalou em Niterói, e o Paissandu Cricket Clube em 1899, hoje Paissandu Atlético Club, que depois se mudou para a Lagoa, onde se encontra até os dias atuais.
Condomínio Edifício Rio Carioca, R. Pinheiro Machado, 139 - Laranjeiras, Rio de Janeiro - RJ, 22231-180
Desde a primeira metade do século XIX, há relatos de prática de ginástica, touradas, turfe e cricket no Campo de São Cristóvão.
Campo de São Cristóvão
As pioneiras partidas de cricket da cidade foram disputadas ainda na primeira metade do século XIX, no bairro de São Cristóvão. Há poucas informações sobre essas primeiras ocasiões. Fundado em meados da década de 1850, o British Cricket Club foi a primeira agremiação de críquete do Rio de Janeiro, pioneira sociedade esportiva dos britânicos no Brasil estabelecidos. Na década de 1860, dando sequência às atividades do British Cricket Club, foi criado o Rio British Cricket na década de 1860. Ao conceder autorização para o Rio British instalar seu ground no Campo de Santana, a Câmara Municipal considerou que se tratava de um divertimento saudável e civilizado, bem ao espírito do que certos setores pretendiam para a capital. Alguma provas de corridas a pé e jogos atléticos foram promovidas por esse clube.
Campo de Santana - Centro, Rio de Janeiro - RJ
No ano de 1872, surgiu a notícia de uma nova agremiação, o Anglo Brazilian Cricket Club . Ao contrário do Rio Cricket, seus anúncios eram publicados em português, bem como lusófonos integravam a direção, como o brasileiro J. B. Carvalho e o negociante português Eduardo A. de Brito e Cunha . Os jogos eram realizados no Campo de São Cristóvão. Não deixou muitos registros essa primeira tentativa de criação de um clube de críquete não exclusivamente britânico. A agremiação não parece ter tido vida longa, ao contrário do Rio Cricket.
Campo Sao Cristovao - São Cristóvão, Rio de Janeiro - RJ, 20921-440
Na transição dos séculos XIX e XX, foram criados na cidade alguns parques de diversão. Eram, na verdade, complexos de entretenimento que ofereciam atrações muito variadas, entre as quais práticas corporais. Um exemplo é a célebre Maison Moderne do não menos renomado Paschoal Segreto, na qual foram realizados jogos de pelota e lutas. Localizado na esquina da Praça Tiradentes com a Rua do Espírito Santo, atual Rua D. Pedro I (estaria hoje em frente ao Teatro Carlos Gomes, do outro lado da rua), por seu visual e dinâmica encantava e capitaneava críticas.Jogos de pelota foram promovidos na Maison Moderne, de propiedade de Paschoal Segreto.
Praça Tiradentes, 46 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-070
O jogo de pelota tornou-se uma costumeira diversão. Havia estabelecimentos que ofereciam a modalidade na Praça Onze (Coliseu Boliche), na Rua de Santana (Parque Boliche Santana), na Rua Silveira Martins (Frontão Catete).
Palácio do Catete - Glória, Rio de Janeiro - RJ, 22220-000
R. de Santana, 124 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20230-261
Na década final do século XIX, o jogo de pelota tornou-se uma costumeira diversão. Havia estabelecimentos que ofereciam a modalidade na Praça Onze (Coliseu Boliche), na Rua de Santana (Parque Boliche Santana), na Rua Silveira Martins (Frontão Catete).
R. Laura de Araújo, 55 - Cidade Nova, Rio de Janeiro - RJ, 20211-170
Depois de ser, em várias ocasiões, proibido de funcionar pelos constantes problemas, o Frontão Fluminense acabou por fechar suas portas. Em seu lugar, logo outro estabelecimento de jogo de pelotas seria aberto, o Frontão Brasileiro. Tratava-se de uma iniciativa mais estruturada, dirigida pela Companhia Frontões Nacionais, presidida por Carlos Vianna Bandeira (depois substituído por Joaquim Pereira Teixeira), contando entre os acionistas com personagens importantes como Rui Barbosa e o farmacêutico Fernando Simas.
Rua Visconde do Rio Branco, 4 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-080
Em 1891, foi inaugurado, em uma propriedade situada ao redor do Campo de Santana (já chamada de Praça da República), provavelmente na Rua Visconde do Rio Branco, antiga Rua do Conde, que fazia ligação com a Praça Tiradentes, o primeiro estabelecimento a oferecer os jogos de pelotas no Rio de Janeiro, o Frontão Fluminense, um empreendimento do qual tomava parte ativa os empreendedores Luiz Eugenio de Lemos e Carlos Vianna Bandeira.
Praça Tiradentes, 19 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20060-080
O Bellodromo Nacional se encontrava na Rua do Lavradio, 158, na esquina com a Rua do Resende, no mesmo quarteirão do Frontão Velocipédico Fluminense, no mesmo lugar em que futuramente seria instalado o Frontão Nacional (ver Bellodromo Nacional).
R. do Lavradio, 133 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20230-070
Inaugurado em 1878, o Skating-Rink contava com restaurante, jardins, um pequeno teatro, além da pista de patinação. Os interessados podiam alugar os patins e até mesmo contratar os serviços de instrutores para aprender a bem se desempenharem na modalidade. Foi frequentado por homens e mulheres, de várias idades (inclusive crianças), de diversos estratos sociais. Esse estabelecimento foi um dos grandes responsáveis por instituir o gosto pela modalidade na cidade. O Skating-Rink, além da prática livre da patinação, organizou muitas competições de velocidade, corridas de patins. Foi até mesmo fundado um clube dedicado à modalidade. A iniciativa, contudo, não teve grande sucesso e duração. Havia um diferencial importante: um maior número de pessoas praticava e não só assistia, percebendo-se menor disposição para organização da patinação no modelo mais tradicional do esporte. O Skating-Rink também oferecera corridas a pé de diferentes naturezas, de várias distâncias e formatos.
R. Alexandre Mackenzie, 5 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20221-410
Algumas sociedades que não tinham um perfil esportivo passaram a oferecer esgrima. O Clube das Laranjeiras, localizado na Praça Duque de Caxias (atual Largo do Machado), possuía uma sala de esgrima, instalação que também havia no Clube Beethoven, com sede na Glória, centralmente dedicado às atividades musicais. Também ofereciam aulas da prática o Clube Ginásio Fluminense, de São Cristóvão, e o Clube Terpsychore, uma das mais importantes agremiações de dança do Rio de Janeiro, cuja sede se localizava no Catete.
R. do Catete, 239 - Glória, Rio de Janeiro - RJ, 22210-050
Largo do Machado, 2 - Catete, Rio de Janeiro - RJ, 22221-020
R. do Catete, 105 - Glória, Rio de Janeiro - RJ, 22220-001
Devemos destacar algumas iniciativas que, de fato, aproximaram o exercício das bicicletas das novas noções de esporte. Uma delas foi a criação do Velo-Club. Fundado em 1897, foi um dos pioneiros e principais protagonistas do desenvolvimento da velocipedia na cidade, inclusive lutando pela moralização da prática, pelo controle das apostas, pelo amadorismo. No início, organizou suas provas no Velódromo Nacional e no Velódromo Guanabara, depois somente no primeiro, onde também estabeleceu sede. Os seus eventos viviam lotados com gente de todos os estratos sociais, inclusive importantes personagens da capital. As provas eram bastante distintas, muitas inovações sendo testadas para atrair cada vez mais o público. Houve até mesmo páreos femininos, ainda que nem de perto em mesmo número dos que envolviam os homens. O assunto passou a ser corrente no Rio de Janeiro, publicado nos jornais, sendo até mesmo lançado um periódico próprio (O Ciclismo). Os velocemen tornaram-se figuras de destaque na cidade.
R. do Lavradio, 154 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20230-060
Há diversos relatos sobre a realização de práticas esportivas na Quinta da Boa Vista: tourada, ciclismo, corridas à pé e equitação. Um dos primeiros clubes a promover suas provas foi o Bicyclette Club na Quinta da Boa Vista, uma das agremiações pioneiras do ciclismo da cidade . Contou também com corridas à pé. Ver: Praça de Curros, Bicyclette Club e Club Hípico. Fotografia: Palácio de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista, 1862 circa [Atual @MuseuNacional]. São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ Coleção Mestres do Séc. XIX Augusto Stahl / Acervo IMS. Fonte: https://twitter.com/imoreirasalles/status/1037100484669128705
Quinta da Boavista
O Jardim Zoológico, foi o primeiro do Brasil e um importante sítio esportivo da cidade. Mais do que espaço para exibição de animais, tratou-se de um moderno parque, com vegetação exuberante, lagos, restaurante e outras atividades de entretenimento. Suas ruas acolheram várias corridas a pé e de velocípedes. Por lá foram realizadas também muitas partidas de jogos da pelota, inclusive com o estabelecimento de dois clubes: o Internacional de Pelota e o Atlético de Pelotas, ambos fundados na primeira década do século XX. Até mesmo um campo de futebol teve o Jardim Zoológico, onde realizava seus jogos o Vila Isabel Futebol Clube, equipe que, mesmo sendo formada majoritariamente por operários, chegou a disputar a primeira divisão da principal liga da cidade. Tratou-se de um dos primeiros grounds iluminados da cidade e do país, por isso podendo acolher jogos noturnos. O plantel também jogava num campo que existia na Praça 7 de março, hoje Praça Barão de Drumond. A grande movimentação ao redor do Jardim Zoológico tinha múltiplas razões. Uma delas era a valorização das experiências públicas, materializada inclusive na melhor estruturação do mercado de entretenimento. Articulava-se a isso ser o Zoo um parque moderno, ideal para que damas e cavalheiros […]
R. Visc. de Santa Isabel, 0 - Vila Isabel, Rio de Janeiro - RJ, 20560-120
Na Rua do Lavradio teve um importante estabelecimento de jogo de pelota, o Frontão Velocipédico Fluminense, que, como já denota o nome, também se dedicava ao ciclismo. Na Rua do Lavradio chegaram a funcionar simultaneamente dois frontões (Velocipédico Fluminense e Nacional). O logradouro se tornou em um dos mais movimentados naquela transição de séculos. Imagine-se o burburinho! Mulheres e homens com suas melhores roupas, algumas muito luxuosas, outras nem tanto, transitando pela rua, comentando as peças ou as partidas.
R. do Lavradio, 75 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20230-070
Merece destaque o Clube Atlético Fluminense, fundado em 1885, no bairro da Tijuca. Desde o início, foi uma agremiação multiesportiva, que se preocupou em construir instalações confortáveis e adequadas a várias modalidades. Possuía uma raia oval para as corridas a pé, cercada de uma arquibancada que podia acolher quase 1.500 pessoas, bem como uma bem estruturada pista para o ciclismo. Rapidamente angariou grande número de sócios, promovendo eventos que se tornaram famosos na cidade e logo passaram também a ser abertos ao grande público, que pagava ingressos para assistir às provas. Tendo inaugurado uma eficaz iluminação noturna, se tornou uma das agremiações preferidas dos adeptos do esporte.
Rua Conde de Bonfim, 469 - Tijuca, Rio de Janeiro - RJ, 20520-055
Na segunda metade do século XIX, há relatos de provas de ciclismo no Campo de Santana, assim como de corridas à pé, cricket e de ginástica.
Campo de Santana
Existem relatos de provas do Bicyclette Club, fundada em 1897, realizadas na Quinta da Boa Vista. No mesmo ano o Club Recreativo de Inhaúma ofereceu um pic-nic ao clube. A agremiação, que se localizava na rua General Câmara, 26 (no Centro) chegou a ser presenteada com um tango de mesmo nome composto por Ernesto Nazareth. Em 1900 mudou sua sede para a rua da Igrejinha (atual Francisco Otaviano, em Ipanema).
Praça da República, 174 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20061-000
O Belódromo Nacional, inaugurado em 1892, (depois renomeado Velódromo Nacional, quando passou por uma grande reforma, em 1897), foi um estabelecimento localizado na Rua do Lavradio. Dirigido por Antonio J. da S. Machado, tanto organizava competições quanto oferecia a possibilidade de aprendizado da patinação e do ciclismo. Bem estruturado e organizado, logo se tornou um sucesso (ver também Velo-Club).
Em 1893, um espaço de ciclismo surge na cidade em Botafogo, o Belódromo Guanabara (depois Velódromo Guanabara). O Velo-Club, criado em 1897 – um dos pioneiros e principais protagonistas do desenvolvimento da velocipedia na cidade, inclusive lutando pela moralização da prática, pelo controle das apostas e pelo amadorismo – chegou a organizas suas provas, no início, no Velódromo Guanabara (depois estabeleceu sua sede no Velódromo Nacional).
Praia de Botafogo, 304 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-040
No entorno da praia Formosa, localizada próxima à região de São Cristovão, realizaram-se provas de remo e natação. Ver exemplo: Boat Rink.
Av. Cidade de Lima, 340 - Santo Cristo, Rio de Janeiro - RJ, 20220-710
No decorrer de todo o século XIX, a praia de Santa Luzia, assim como a Boqueirão do Passeio e a da Lapa, localizadas na região central da cidade, presenciaram inúmeras provas de remo e natação. Maiores informações ver: Clube de Regatas Boqueirão do Passeio, Clube de Regatas Vasco da Gama, Clube de Natação (depois Clube de Natação e Regatas) e Casa de Banho (Praia de Santa Luzia). Fotografia: Igreja de Santa Luzia Leuzinger, Georges Data: 1865 circa Fonte: Brasiliana Fotográfica Digital Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/4429
Av. Pres. Antônio Carlos, 104 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20020-010
No decorrer de todo o século XIX, a praia Boqueirão do Passeio, assim como a de Santa Luzia e a da Lapa, localizadas na região central da cidade, presenciaram inúmeras provas de remo e natação. Maiores informações ver: Clube de Regatas Boqueirão do Passeio, Clube de Regatas Vasco da Gama, Clube de Natação (depois Clube de Natação e Regatas) e Casa de Banho (Praia de Santa Luzia).
Obelisco da Avenida Rio Branco, Av. Pres. Wilson - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20021-220
No decorrer do século XIX, a praia de São Cristóvão presenciou uma série de provas de remo e natação em seu entorno. Maiores informações ver: Clube de Regatas São Cristóvão, Clube Fluminense de Regatas e Natação, Clube de Regatas Fluminense e Clube de Regatas Cajuense. Igreja de São Cristóvão às margens da praia de mesmo nome. Fotografia de Augusto Malta. Direitos autorais: Biblioteca Nacional (Brasil) Fonte: Brasiliana Fotográfica Digital Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/3013
R. da Igrejinha, 22a - São Cristóvão, Rio de Janeiro - RJ, 20943-300
No decorrer de todo o século XIX, a praia da Praia da Lapa, assim como a de Santa Luzia e a Boqueirão do Passeio, localizadas na região central da cidade, presenciaram inúmeras provas de remo e natação. Maiores informações ver: Clube de Regatas Boqueirão do Passeio, Clube de Regatas Vasco da Gama, Clube de Natação (depois Clube de Natação e Regatas) e Casa de Banho (Praia de Santa Luzia). Fotografia: Praia da Lapa e Morro da Glória Gutierrez, Juan Data: 1894 circa Fonte: Brasiliana Fotográfica Digital Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/4663
Av. Augusto Severo, 256 - Glória, Rio de Janeiro - RJ, 20021-040
Ao contrário do que ocorreu com o turfe, os clubes de remo efetivamente conseguiram fazer funcionar entidades representativas, a primeira delas a União de Regatas Fluminense, criada em 1895, bem ativa a partir de 1897, quando aumentou a adesão de agremiações. Em 1900, passou a se chamar Conselho Superior de Regatas, aperfeiçoando seus mecanismos de atuação e contando com a participação de um número maior de sociedades, as maiores do Rio de Janeiro na ocasião. Em 1902, tornou-se a Federação Brasileira de Sociedades de Remo.
Praia de Botafogo, 334 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-040
A primeira agremiação dedicada ao remo foi fundada em 1851, a Sociedade Recreio Marítimo. O clube atraiu rapidamente muitos sócios, desde esses primeiros momentos determinando que apenas amadores poderiam participar das regatas. Naquela época isso significava que os atletas não poderiam ser remunerados, como ocorria em muitas provas do turfe. Aqueles que atuassem em profissões ligadas ao mar, como membros da Armada, disputariam páreos à parte. Foi grande a expectativa com a primeira regata organizada pela Sociedade. Os jornais anunciaram com grande entusiasmo os preparativos, a cidade já estava mais acostumada às diversões públicas. A agremiação, tendo em conta a má experiência do Clube das Corridas, procurou melhor explicar todos os detalhes técnicos das provas. Havia um importante diferencial, aliás: o público não precisava pagar para assistir ao evento, se espalhando pelo litoral. Com isso, não se deve crer que eram mais populares as regatas. A começar, vale lembrar que o local dos eventos, a maior parte organizados na Enseada de Botafogo, era mais distante, pelo menos de mais difícil acesso na ocasião. Além disso, as agremiações de remo, constituídas como as de turfe por gente da elite nacional, criavam mecanismos de diferenciação. Os sócios assistiam às provas em casas […]
Praia de Botafogo, 340 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-040
Em 1852 foi criada a Sociedade Regata, provavelmente continuidade da Sociedade Recreio Marítimo. O perfil era similar, integrada por gente da elite, notadamente ligada ao alto comércio e oficiais da Armada (ver Sociedade Recreio Marítimo).
Condomínio do Edifício Maison Ouro Preto, R. Visc. de Ouro Preto, 1 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-180
O Clube de Regatas Fluminense, em conjunto com outra da região, o Grupo de Regatas União Náutica, bem como com o Rowing Clube, em 1903 criou o Conselho Nacional de Remo, uma dissidência da Federação Brasileira de Sociedades do Remo, herdeira da União de Regatas Fluminense e Conselho Superior de Regatas, tentativas de fortalecer o esporte náutico a partir da integração dos esforços das agremiações.
Criado em 1898, na praia de mesmo nome, o Clube de Regatas São Cristóvão posteriormente se fundiu com o Grupo de Regatas União Náutica e se transferiu para o Caju. As agremiações da região de São Cristovão constantemente estimularam a prática do remo por mulheres, entre as quais devemos destacar uma das mais notórias da cidade, o Clube de Regatas São Cristóvão.
R. Monsenhor Manuel Gomes, 106 - São Cristóvão, Rio de Janeiro - RJ, 20931-670
No século XIX, na Ilha de Paquetá houve um importante e pioneiro clube de remo, o Clube de Regatas Paquetaense.
R. Manoel Macedo, 363 - Paquetá, Rio de Janeiro - RJ, 20396-090
O Clube de Regatas Guanabarense contribuiu para que definitivamente o remo se registrasse no cotidiano do Rio de Janeiro. Criado em 1874, com sede na Praia de Botafogo, suas atividades logo se inscreveram entre as mais fashionables da cidade. As regatas pelo Clube de Regatas Guanabarense promovidas eram verdadeiras festas públicas, atraindo grande público de distintos estratos sociais. Não poucas vezes, aliás, esses eventos se articularam com as questões sociais da ocasião. Em 1882, por exemplo, promoveu-se um festival em homenagem ao centenário da morte do Marquês de Pombal, aproveitando-se a ocasião para, em conjunto com maçonarias e sociedades carnavalescas (de cunho liberal e abolicionista), questionar a família real e a forma de condução da política nacional. Um dos destaques das iniciativas do Guanabarense era o estímulo para que outras agremiações se envolvessem com o remo. Especialmente nos anos 1880, promoveram-se páreos exclusivos para clubes convidados, nos quais tomaram parte guarnições das sociedades ginásticas que existiam na capital. A agremiação manteve-se ativa até meados dos anos 1880, quando parece ter dado lugar a outra de caráter mais recreativa, o Clube Guanabarense, que, entre outras coisas, se destacou por possuir um dos mais ativos rinques de patinação da capital.
Praia de Botafogo, 308 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-040
O Grupo (depois Clube) de Regatas Botafogo, criado em 1894, foi um dos que assumiria o protagonismo no combate às apostas nas regatas e a defesa do amadorismo como princípio para a modalidade. Essa luta logo seria acolhida por outras agremiações que surgiram na década final do século XIX, entre as quais merecem destaque o Clube de Regatas do Flamengo (1896), Clube de Regatas Boqueirão do Passeio (1897), o Clube de Regatas Vasco da Gama (1898), o Clube Internacional de Regatas (1900), além do Grupo de Regatas Gragoatá (1895) e do Clube de Regatas Icaraí (1895), esses dois últimos de Niterói. Vale lembrar que o Botafogo Futebol Clube surgiu, em 1904, entre colegiais do bairro, no Largo dos Leões. A princípio foi chamado de Electro Club, mas pouco tempo depois já recebera a denominação definitiva (até 1942, quando se uniu com o Clube de Regatas Botafogo, dando origem ao atual Botafogo de Futebol e Regatas).
Av. Reporter Nestor Moreira, 42 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22290-210
O Clube de Regatas Guanabara, fundado em 1899, surgira de uma divergência interna no Clube de Regatas Vasco da Gama e se instalara em Botafogo, em 1899. Sua sede definitiva foi inaugurada em 1922. Era uma das mais belas da cidade, contribuindo ainda mais para o seu renome, já obtido por sua intensa participação na vida esportiva e social do Rio de Janeiro. (ver também Clube de Regatas Vasco da Gama).
Praia de Botafogo, 326 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-040
O Clube de Regatas do Flamengo merece destaque por difundir ainda mais as novidades relacionadas à difusão do hábito de remar – entre as quais uma forma mais leve de se vestir e uma nova compleição muscular. Em 1895, um grupo de jovens moradores do bairro do Flamengo, membros de famílias com boas condições financeiras, mas não necessariamente ricas, numa casa localizada na Praia, fundaram a agremiação náutica. Rapidamente o espaço tornou-se conhecido e muito frequentado pela juventude. Ainda que tenha se transferido para a Lagoa na década de 1930, mesma ocasião em que recebeu por doação um terreno no Morro da Viúva, durante décadas o Flamengo manteve uma sede em seu lugar de origem. Ali, de fato, a agremiação viveu seus primeiros momentos gloriosos, obteve suas pioneiras vitórias e começou a pavimentar sua fama.
Rua do Russel, 804 - Glória, Rio de Janeiro - RJ, 22210-010
Foram também sócias do Clube de Regatas Cajuense que aceitaram participar de provas promovidas pela primeira associação de mulheres remadoras fundada na cidade, em 1901, na Ilha de Pombeba (que se localizava na Enseada de São Cristóvão e era muito usada pelos clubes náuticos): o Grupo de Regatas Feminino, integrado por Silvia Peixoto, Bagriela Filgueiras, Elisa Joppert e Alice Ferreira.
Baía de Guanabara
Fundado em 1886, Entre as peculiaridades dos eventos que o Clube de Regatas Cajuense organizou, pela primeira vez na cidade uma mulher participou de páreos, na condição de timoneira: Alice Fox. Filha de ingleses, era comum encontrar ela e suas irmãs a remar pela enseada, algo que espantava aquela cidade que ainda se acostumava com o novo protagonismo feminino. A propósito, foram também sócias do Cajuense que aceitaram participar de provas promovidas pela primeira associação de mulheres remadoras fundada na cidade, em 1901, na Ilha de Pombeba (que se localizava na Enseada de São Cristóvão e era muito usada pelos clubes náuticos): o Grupo de Regatas Feminino, integrado por Silvia Peixoto, Bagriela Filgueiras, Elisa Joppert e Alice Ferreira.
R. Monsenhor Manuel Gomes, 326 - Caju, Rio de Janeiro - RJ, 20931-670
Criado, em 1898, na Saúde, o Clube de Regatas Vasco da Gama alugou em 1899 um galpão na Travessa do Maia. Futuramente, se instalaria ainda nas proximidades na Rua Luiz de Vasconcelos. Embora agremiação não tenha sido fundada naquela região, o clube contribuiu com o clima da Praia de Santa Luzia. A decisão de ir para a Travessa do Maia causou um cisma entre os sócios, já que uma parte preferia instalar o clube na Enseada de Botafogo. Esse grupo acabou por deixar o Vasco e fundar o Clube de Regatas Guanabara. O Vasco da Gama, embora originalmente dedicado ao remo, também teve uma trajetória vitoriosa em muitos outros esportes, inclusive no futebol, modalidade responsável por sua definitiva popularização.
R. Santa Luzia, 720 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20030-041
Na fronteira entre a Praia de Santa Luzia e a Praia do Boqueirão do Passeio, em 1897 foi fundada outra importante agremiação, o Clube de Regatas Boqueirão do Passeio. O Boqueirão do Passeio, a princípio, se dedicou centralmente ao remo, tomando parte, com sucesso, nas iniciativas e competições promovidas pelas agremiações náuticas da cidade. No decorrer do tempo, todavia, acabou se destacando pelo envolvimento com muitos diferentes esportes, processo que se acentuou em 1915, quando se fundiu com o Paulistano Futebol Clube, que tinha sede na Rua das Marrecas, nas proximidades do Passeio Público. A agremiação chegou até mesmo a participar de campeonatos promovidos por uma das ligas que no existia Rio de Janeiro. O Boqueirão do Passeio foi, por exemplo, um dos grandes campeões cariocas de polo aquático, modalidade que também teve naquelas águas da região central seus primeiros momentos na cidade. O Natação e Regatas era um adversário costumeiro nas empolgantes disputas desse esporte.
Av. Rio Branco, 255 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20040-009
Fundado em 1887, o Clube Guanabarense, com sede na Praia de Botafogo, no antigo solar do Visconde de Souza Franco (ver Clube de Regatas Guanabarense)
Praia de Botafogo, 324 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-180
Localizado à beira mar, o Hotel Pharoux oferecia, desde a primeira metade do século XIX, serviço de banhos de mar e, posteriormente, barcas e tanques de natação. Maiores informações ver: Casas de Banho (Cais Pharoux) Fotografia: L’Hôtel Pharoux (Largo do Paço) Klumb, Revert Henrique, fl. 1855-1880; Officina de Paulo Robin. Fonte: Brasiliana Fotográfica Digital Disponível em: http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/bras/598
Condomínio do Edifício Bancid, Av. Pres. Vargas, 309 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20040-010
Em 1872, Candido Antonio Pessoa de Amorim, ao descobrir nascentes de água mineral na região na época chamada de Andaraí Grande (atual Tijuca), passou a oferecer banhos de cachoeira, de chuva, de ducha e de natação. Entre outros, o Hotel Jourdain, um dos mais renomados no final da década de 1880, também anunciava como um de suas atrações a oferta de “banheiros de natação”.
R. Urbâno Duarte, 30 - Tijuca, Rio de Janeiro - RJ, 20520-020
Em 1892, na ponta do Caju criou-se o Clube de Regatas Fluminense, com o intuito de desenvolver “o gosto pelas regatas e exercícios da natação”.
R. Monsenhor Manuel Gomes, 352 - Caju, Rio de Janeiro - RJ, 20931-673
Em 1886, anunciou-se o evento inaugural do Clube Fluminense de Regatas e Natação, a ser realizado na praia das Palmeiras, na região de São Cristóvão. Foram cinco páreos de remo e cinco de natação, dos quais um para mulheres.
R. Monsenhor Manuel Gomes, 519-459 - Caju, Rio de Janeiro - RJ
É somente em 1896 que se cria aquele que será um ponto de inflexão nas competições de nadadores, o Clube de Natação, cuja sede se localizava na Praia da Lapa. Essa agremiação conseguiu promover com regularidade, e sempre contando com grande público, muitas competições exclusivamente dedicadas à natação, momentos sempre muito festivos, que mobilizavam a cidade. Até mesmo por causa da popularidade do remo, já se tornará mais comum, aceitável e valorizado corpos expostos, com musculatura pronunciada, sendo assistidos da sede do clube, do terraço do Passeio Público, das praias. A Natação rapidamente tornou-se um dos mais fashionables da capital. A diretoria, que sempre manteve relações amistosas com outras agremiações náuticas, começou a inserir páreos de remo em seus eventos, até que, em 1897, adquiriu embarcações e começou a tomar parte nas competições dessa modalidade (mudando, inclusive de nome para Clube de Natação e Regatas). Acabou por integrar as iniciativas de organização dessas sociedades, se filiando à União de Regatas Fluminense, ao Conselho Superior de Regatas e à Federação Brasileira de Sociedades de Remo. O clube, que existe até os dias de hoje (com o nome de Clube de Natação e Regatas Santa Luzia, instalado na região do Calabouço, no […]
Av. Graça Aranha, 26 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20020-021
Uma nova iniciativa importante surgiu em 1877, quando Fogliani, que recebera a concessão para abrir, na Tijuca, um estabelecimento dedicado ao ensino da natação, resolveu promover, na Enseada de Botafogo, uma “regata de nadadores”. Para tal, lançou a ideia de criar o Clube Boyton, exclusivamente dedicado à modalidade. A proposta chegou a receber boa acolhida e teve repercussão, mas ao que parece não durou mais do que um evento, que merece registro por ter sido o primeiro dedicado exclusivamente à prática.
Praia de Botafogo, 136 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ, 22250-040
Nas proximidades da Igreja de Santa Luzia, havia uma Casa de Banho, no século XIX, onde se praticava natação.
Na década de 1810, foram instaladas na região do Cais Pharoux (atual Praça XV, centro da cidade) as barcas de banho, opções para quem desejava desfrutar do oceano sem se expor publicamente. Eram embarcações ancoradas que possuíam camarotes para os interessados em banhar-se, oferecendo alguma estrutura de conforto, segurança e privacidade. Casas de banho e mesmo as barcas de banhos passaram a oferecer aulas de natação. Já em 1853, foi inaugurada, no mar em frente ao Cais Pharoux, uma embarcação própria para tal, colocada ao lado da destinada aos que desejam somente banhar-se. Possuía 40 metros de comprimento por 18 metros de largura, podendo acolher até 300 pessoas por vez. Um mestre foi disponibilizado para o ensino da modalidade, serviço procurado por particulares e alguns colégios.
Praça Quinze de Novembro, 96 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20010-010
O Boat Rink, que tinha como proprietário Saul Severino da Silva, empreendedor do ramo do entretenimento foi um estabelecimento, localizado na Praia Formosa (São Cristóvão), que depois deu origem ao Prado Guarani. O estabelecimento, fundado em 1884, oferecia atrações múltiplas: passeios de barco, corridas a pé e de velocípede e uma pista de patinação, o carro chefe do empreendimento. O proprietário recebera a autorização para, na verdade, oferecer corridas de botes.
Av. Francisco Bicalho, 477 - Santo Cristo, Rio de Janeiro - RJ, 20220-250
A ginástica não era uma atração somente nos circos. Os pioneiros Rigas, Brown e Chiarinis se apresentaram no Teatro Constitucional Fluminense, que recebeu muitos espetáculos similares naquela década de 1830. Em 1838, por exemplo, após a exibição do drama “Trinta anos ou a vida de um jogador”, programou-se a performance de Mr. Vally, “o Hércules Francês, (que) porá em execução todos os seus exercícios ginásticos”. O “Hércules Francês” voltaria à Corte no ano seguinte e se apresentaria também em outros espaços, como no Teatro São Januário, que durante décadas abrigou exibições dessa natureza, normalmente protagonizadas por estrangeiros. Até meados do século, espetáculos semelhantes ocorreriam nas mais distintas casas.
Av. Erasmo Braga, 13 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20010-020
Torneio Romano, também chamado de Hippodromo, recebeu vários espetáculos de entretenimento, pelo menos, desde 1858, entre os quais espetáculos de ginástica e touradas. Os anúncios da arena instalada no Campo da Aclamação, sugeriam, por exemplo, que os norte-americanos Franklin e Fischer executavam proezas de ginástica como ninguém (Diário do Rio de Janeiro, 18/9/1858, p. 4). Na verdade, conforme as performances tornavam-se reconhecidas pelo público, viravam um motivo de expectativa: podia-se julgar as melhores performances e eleger os melhores artistas, os mais habilidosos “ginásticos”. Esses desafios eram, sem dúvida, estratégias para atrair a assistência, para pautar a organização das companhias e certamente influenciavam os que ensinavam a prática em outras esferas. No caso das touras, há registros de que após um incidente nas arenas de touro na década de 1850, novas touradas somente foram organizadas em 1858, no Torneio Romano, Uma vez mais os conflitos intensos levaram ao fim da prática. Além disso, a articulação entre alguns fatores – crise financeira, epidemias e a Guerra do Paraguai, reduziu a frequência nos entretenimentos públicos.